Guilherme Costa
(3 min) A vida é uma música, que toca com instrumento afinado e desafinado também. Uma música que devemos nos entregar ao ritmo, nos inspirar com a melodia e viajar com a letra. Igual a vida, às vezes, perdemos o compasso, mas com um pouco mais de atenção recuperamos ele. Não há mal nenhum em perder uma música ou sair do tom, porque a beleza da vida é continuar tocando. Existem as gravações, que tecnicamente podem buscar a perfeição, pois dão a oportunidade de corrigir o erro. A vida na maioria das vezes é um show ao vivo, o qual se convive com o erro buscando acertar. A perfeição às vezes bate à porta da apresentação com o peso de muito esforço prévio e o prazer do dever cumprido.
As viradas da percussão são como as viradas da vida, cheia de reviravoltas. Os solos de guitarra são os momentos que a responsabilidade está toda sob nossas mãos. A base do contrabaixo é estabelecida por nossos valores para que a música aconteça. O choro de instrumentos complementares trazem o brilho da dor, do aprendizado, dão destaque para nosso sentimento de gratidão. Quando os arranjos se juntam significa que todo o nosso ser está entre laços e abraços com toda a complexidade interna enfrentando toda a opinião externa, assim confiante na formação da sua própria harmonia. Cada qual no seu lugar. Contando o tempo para deixar sua marca, deixar seu tempero na música.
Para quem acha que terminou só digo uma coisa: o silêncio também é vida! O silêncio também é música! Esse espaço de tempo serve para nos conectarmos com o eu maior que pulsa nosso samba, reggae, rock, axé, sertanejo, gospel e por aí vai… espaço da solitude que vibra dentro de nós. Entender a importância desse silêncio nos faz valorizar todos os momentos, tanto de som quanto sua ausência.
Na verdade, música é vida em movimento. Na verdade, a música é momento. Em qual momento da vida você está? Qual movimento de vida você quer fazer?
Enfim, qual música você quer tocar hoje?
“Tudo está em tudo.” Realmente! A nossa relação com a música não é uma relação entre estranhos que vêm a conhecer-se, e sim uma de identificação, posto que nossa origem é comum.